Era a minha primeira reunião no grupo dos neuróticos anônimos e é provável que eu tenha chorado bastante logo no início da reunião quando eu ainda estava dizendo o meu primeiro nome.

Afinal, a jornada de autoconhecimento havia iniciado há umas semanas e me levava a constatar o óbvio: eu ainda não entendia muito bem o que era sentir amor.

Passado o despejo emocional das lágrimas, eis que sou introduzida ao texto da noite: “Sentir amor não é estar sendo amado, sentir amor é amar”.

O texto estava grafado em um livro espiralado e de capa marrom (o que alguns juravam ser bronze). É o livro A Etiologia da doença e da Saúde Mental e Emocional: A nova Ortopsicologia que funciona, que apresenta as transcrições número três do Journal of mental health®.

Aquele texto me tocou tão profundamente que posteriormente comprei o livro para ter em casa. E hoje vou compartilhar com vocês um pouquinho do que aprendi.

By Giphy

O amor importa?

Sim, caro leitor! Todo ser humano deseja amor e dele necessita. Até as plantas necessitam de amor para vicejar.

Na minha pequena experiência e intimidade com as plantas do meu jardim, eu percebo a diferença quando passo uns dias sem tagarelar com elas, ou apenas sentar ao lado delas enquanto leio um livro.

O ser humano também precisa de amor para se desenvolver. Inclusive todos os tipos de personalidade do Eneagrama brotam de um desejo genuíno de sentir esse amor.

A falta de amor pode causar inúmeras doenças mentais e emocionais.

Contudo, para podermos receber amor, precisamos dá-lo primeiro.

Mas, calma tipo Dois! Não é sair doando amor para poder receber em troca. Cuidado com a ideia fixa da adulação!

“O amor é um sentimento que se origina no íntimo de cada pessoa, e que só pode ser experimentado por ela mesma.”

Trecho do livro

O erro cognitivo

É aqui em que você pode confundir as formas verbais e pensar que sentir amor é estar sendo amado, mas sentir amor é amar.

Eu acreditava profundamente que sentir amor era uma dádiva externa e que, se eu procurasse, acharia alguém que me faria senti-lo. Primeiro com meus pais, depois com meus irmãos, amigos, parentes, esposo, filhas… A lista era infinita!

Com frequência, elas dizem coisas tais como: “O que eu quero é ser amado(a)”, “Ah, como me sentiria feliz se pudesse encontrar alguém que me amasse do jeito que eu sou”, (…) “Não me sinto amado(a) por ninguém”. (…) Sentir amor não se baseia em um constante fluxo desse sentimento vindo de outra pessoa. O amor precisa fluir do nosso próprio íntimo. Ou amamos, ou não amamos. O que não podemos é sentir amor sem amar.

Trecho do livro

Imagine o sofrimento. Ele só pode ser sentido pela pessoa que está sofrendo. É uma experiência pessoal, assim com a alegria, a tristeza e todas as outras emoções, inclusive o amor.

É por isso que “(…) sentir a dor de alguém que esteja sofrendo é tão absurdo quanto experimentar o amor de quem nos esteja amando. (…) O amor que sentimos é experiência nossa. O amor que as outras pessoas sentem é experiência delas”.

Você pode até compartilhar amor, mas isso nada mais é do que compartilhar o que você sente.

Incapacidade de amar

Como o amor é um sentimento, ele pode estar sendo sentido ou não. Se você não está sentido o amor, tem como causa a incapacidade de amar.

Eu sei que essa última frase pode ser muito dura de ler, mas é a verdade. Segundo o texto, “as pessoas mental e emocionalmente doentes são na verdade incapazes de amar. Entretanto, quando aprendem a amar, elas se recuperam”.

Quando eu percebi que me comportava assim, procurando o amor em toda a parte e agindo com o mecanismo de defesa do meu tipo Um, a formação reativa, foi aí que eu compreendi onde o amor estava.

O amor estava o tempo todo à nossa espera dentro de nós mesmos. Tudo o que tivemos que fazer foi procurá-lo em nosso interior.

Trecho do livro

Alguma semelhança com o amor-próprio? Pois, saiba que sentir amor enche um potinho interno nosso ao ponto de transbordar e nos fazer amar as outras pessoas.

Amar de verdade sem joguinhos emocionais do tipo que diz que ama, mas espera receber algo em troca para poder sentir esse amor.

Se eu fosse falar sobre os jogos emocionais, já daria outro texto. Depois comenta se te interessa que eu fale mais sobre isso.

Enfim o amor livre

Ai, que maravilha usufruir do amor livre!

Enquanto você não percebe que sentir amor é amar, seus pais, amigos e colegas podem até te amar, mas não há condições de usufruir desse amor ou de saber que ele existe.

O meu maior aprendizado desde então é amar livremente ao ponto de transbordar. E sem esperar nada em troca.

Ou seja, ainda que eu não compreenda muito bem as plantas do meu jardim, eu decidi amar.


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Categorias: Amor

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