O despertar espiritual é um processo contínuo na busca pelo autoconhecimento.

O texto abaixo é meu relato pessoal, talvez provavelmente um dos momentos mais marcantes de todo meu despertar espiritual!

Inconsciente incompetente

“Saia daí”, “Entre”, “Feche as pernas”, “Não sinta raiva”, “Você é muito nova”, “Você já é uma mocinha”, “Você é só uma criança”, “Não”, “Você ainda é criança”, “Cadê o boletim?”, “Nota 6 não é suficiente”, “Pare de bagunçar”, “Você só faz bagunça”, “De novo?”, “Cuidado para não se sujar”, “Muito bem”, “Cuidado para não cair”, “Aff…”, “Sorria”, “Chore”, “Não chore”, “Se chorar é pior”, “Silêncio”, “Não pode pintar as unhas”, “Não pode passar maquiagem”, “Porque não”, “Arrume um bom emprego”, “Passe num concurso”, “Não”, “Tire boas notas”, “Tá vendo fulana? Não seja como ela”, “Que coisa feia”, “Tá pensando que eu sou o quê?”, “Seja boazinha”, “Porque não e pronto”, “Não faça errado”, “Eu vi o que você fez”, “Comeu?”, “Já fez?”, “Ainda não?!”, “Isso é feio”, “Isso é errado”, “Não pode”, “Não deve”… “Vá brincar, vá ser feliz!”.

E o que é ser feliz pra você?

Dizem que a felicidade é um momento, que se encontra em um sorriso, em um desejo!

(Art Popular)

Eu poderia lhe dizer várias teorias sobre o despertar e, acredite, todas elas se completam, se assemelham, falam em várias linguagens, mas com a mesma essência. Mas vou falar sobre o meu despertar, sobre mim…


Relato: meu despertar espiritual

Eu estava há mais ou menos dois meses entre psicoterapia semanal, participando de três grupos de autoajuda, tinha recém concluído o meu curso de eneagrama, devorando vários livros por semana… Ok!

O processo de confusão inicial estava começando a dar lugar a clareza, mas de alguma forma, eu não conseguia sentir… Leveza? Paz? Felicidade? Tranquilidade?

Quando criança, as lembranças mais lindas que tenho são os domingos de manhã quando a família se reunia e ia para a praia! Não sei explicar o que eu sentia, mas sei que eu sentia! Liberdade, leveza, pé no chão… Há quanto tempo eu não faço isso?!

Tudo começou no dia anterior

Estava no mercado e decidi que iria a praia com minhas duas filhas. Comprei uma cadeira de praia e um guarda-sol. No dia seguinte, logo cedo fui ao mercado, comprei uns lanches… E lá fomos nós.

Ao chegar lá, disse a mim mesma: “Ok, Ligia! Não deve ser tão difícil armar um guarda-sol na areia”.

Um pouco desajeitado, meio desengonçado, meio desequilibrado, mas ok… Missão cumprida! “Ufa! Não é que eu consegui!?”

Arrumei os brinquedos para minhas filhas próximo ao mar, sentei na cadeira de praia e… “Ué?! Cadê a paz interior?”

Minha filha gritou lá de longe: “Mãe, enche o baldinho!”

Eu levantei… Enchi o baldinho de água, voltei a sentar na cadeira de praia e… Nada! “Ué”, pensei, “O que eu tô fazendo de errado?”

Minha filha gritou lá de longe: “Mãe, vem brincar com a gente!” Respondi prontamente: “Não dá, eu tenho que olhar a nossa barraca!”

E foi aí, nesse momento, que minha vida deu um click.

Levantei da cadeira, caminhei uns 30 metros em direção ao mar onde elas faziam o castelo de areia.

Vigiando a barraca, óbvio, sentei na areia, e comecei a brincar… Mas não foi qualquer brincar… Eu simplesmente desconectei dos meus pensamentos! Zerou!

Eu estava ali, presente, no aqui e no agora! Fui tomada por um sentimento de alegria, de preenchimento, de pertencimento…

Toda suja… Sim, toda suja de areia, cabelos assanhados ao vento, chutando as ondas do mar, brincando com a pazinha, unhas e biquíni cheios de areia… Fiquei algum tempo ali (não sei quanto tempo), até que um amigo passa e, meio espantado, exclama: “Lígia?!”.

Naquela hora, a sensação que tive foi a mesma de quando um “adulto” nos chama no meio do bom da brincadeira, sabe?

Levantei do chão, toda suja, descabelada, e sorrindo… Sim… Algo estava diferente! Eu não era mais a mesma!


5 comentários

Mauriceia Arruda · Abril 15, 2020 às 8:56 pm

A gente acha que sabe tudo e descobre que a beleza está em perceber que sempre temos a aprender, a crescer, a evoluir.
Estou iniciando esse processo de despertar e descobrindo quem sou eu, em minha essência!
Gratidão por partilhar sua história! Uma inspiração! Amo você amiga!

Angéssica Verísismo · Setembro 9, 2020 às 1:30 pm

Não sei descrever o quanto é bom saber que existe pessoas como você… Que se preocupa não em apenas ter paz/leveza mas também em transmitir. Obrigada!

    Lígia Teixeira · Setembro 10, 2020 às 12:42 pm

    Woooon ❤️!! Eu que sou grataaa.. Esse caminho realmente é mais leve quando a gente divide Não é fácil rsrsrs, mas é mais leve! Um cheiro!

Outubro rosa: minha experiência com a dor - Bora Simplificar · Outubro 27, 2020 às 8:22 am

[…] Meu despertar espiritual […]

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