Adoro quando as pessoas olham para mim e dizem que meditação não é para elas.
Eu já fui essa pessoa.
Existe um mito de que meditar é mais fácil para pessoas calmas.
E eu posso afirmar que isso é um mito, pois como sou uma pessoa calma, tranquila e ponderada, as pessoas julgam que para mim é mais fácil.
Enfim, sinto desapontá-las.
O meu primeiro contato com a meditação foi por volta de 2007. Naquela época havia um ambiente muito propício para que eu atingisse o estado zen se eu quisesse.
Zen é uma palavra originada do sânscrito, língua muito antiga, da Índia, originalmente jhana ou dhiana, que quer dizer “meditar”. (…) Na verdade, é um estado de meditação profunda, tão profunda que abandona o “eu menor” (…).
Monja Coen
Inegavelmente eu percebi que havia alguma coisa que não estava funcionando.
Meditação: a tentativa
Minha primeira tentativa de meditar foi participando de um retiro dedicado à meditação.
No retiro, conforme os momentos aconteciam, eu fiquei extremamente incomodada com o silêncio, ou talvez com a falta dele.
Eu explico.
Eu considero que existem dois tipos de silêncio: o externo e o interno.
Externamente o mundo pode estar o caos, mas eu transpareço calma e serenidade no olhar.
Mas, é só no olhar, pois internamente não posso dizer o mesmo.
O silêncio interno nunca havia sido me apresentado, pois de fato eu nem sabia que isso existia.
Internamente era só ruído principalmente de pensamentos repetitivos, ideias e preocupações.
Enfim, essa dificuldade de silenciar o meu interior estava me frustrando.
Como resultado, percebi que meditar não era para mim e rapidamente abandonei a ideia.
Autoconhecimento
Em meados de 2017 eu fiz o curso do eneagrama. Em suma, foi um intenso e profundo processo de autoconhecimento.
Lembro perfeitamente de ter perguntado ao Ricardo e a Rita, facilitadores do Eneagrama Maceió, como eu faria para evoluir no eneagrama.
Eles foram enfáticos em mencionar os benefícios da meditação nesse processo de autoconhecimento e evolução pessoal.
Enfim, talvez fosse o momento de dar uma segunda chance.
Até 2017 eu não entendia o que significava o processo de autoconhecimento. É provável que eu tivesse uma visão superficial da coisa toda.
Fugi durante muito tempo de algo que nem eu mesma sabia o que era.
Eu me considerava uma boa cristã atuante e que buscava elevar minha espiritualidade, mas isso nunca me foi apresentado como autoconhecimento.
Mexer com “certezas” e feridas internas não era bem o que eu estava buscando.
Mas, autoconhecimento é o processo de curar as feridas que nem sabemos que existem.
Quando as pessoas passam por uma crise, é provável que elas reajam apenas de duas formas: bater de frente ou silenciar.
Contudo, nenhuma das duas é uma forma saudável de lidar com os problemas.
Você continuará sofrendo se tiver uma reação emocional a tudo que é dito a você. O verdadeiro poder é sentar e observar tudo com lógica. Se as palavras controlam você, isso significa que todos podem controlá-lo. Respire e permita que as coisas passem.
Bruce Lee
Existe um terceiro caminho: a atenção plena.
Ver tudo o que acontece, mas não se identificar com nada. Deixar passar!
Exercício simples, desafiador, mas libertador.
A primeira meditação
Eu estava passando por uma crise pessoal e certa noite recebi um telefonema de uma pessoa muito querida.
Disse a ela que eu estava em paz, apesar de tudo!
Ela não se conformava, chorava, mas, pela primeira vez, eu realmente estava em paz!
Os medos se dissiparam e eu já não me identificava mais com o problema. Eu aceitava.
Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; Coragem para modificar as que eu posso e sabedoria para distinguir uma da outra.
Oração da serenidade
Logo após, eu senti uma sensação de liberdade.
Tomei um demorado banho, visto que a água tem um poder incrível de lavar nosso corpo e nossa alma.
Depois do banho, ainda de toalha, sentei na cama em frente a minha janela do terceiro andar.
Um vento frio entrava pela janela e me abraçava com os cabelos molhados.
Era por volta de 23h. Fechei os olhos e senti.
Depois daquele dia, aprendi a me conectar comigo mesma. Basta fechar meus olhos, concentrar minha energia no meu chacra frontal e o silêncio vem.
Partilhando com uma amiga professora de Yoga, sobre a minha dificuldade com meditações guiadas, ela ficou curiosa e tentou entender melhor.
Ela me explicou que o tipo de meditação que eu pratico, mesmo sem saber, é a Raja Yoga.
Essa antiga prática de meditação traz domínio sobre seus poderes naturais e treina sua mente para que seja sua amiga.
Brahma Kumaris
O poder do silêncio
Eu tinha uma reação emocional a cada insatisfação que outra pessoa me causava.
Quando eu reajo ao outro, ele é quem me controla.
Eu também achava que não tinha controle sobre os meus pensamentos, contudo eu sou a única pessoa responsável por tudo o que se passa na minha mente.
Ela faz o que eu quiser e não o contrário.
A mente é como a água, quando fica agitada não se pode ver claramente, mas se permitir que se acalme, a resposta fica clara.
Mestre Oogway
Hoje posso afirmar que o “incômodo” que eu sentia no silêncio era uma fuga de mim mesma! Sim… Era o ego racionalizando a coisa toda!
Mas, meditar transcende a razão! Não é possível racionalizar!
Resolvi me entregar… Literalmente!
Parece bobo, mas foi assim: um dia, sem planejar, fechei os olhos e simplesmente aconteceu!
Quando silenciei meu coração e pude então ouvir a Sua voz, todas as inquietações foram acalmadas com um sopro de Sua paz.
Lígia Teixeira
Hoje, em qualquer lugar, a qualquer hora, não importa! É só fechar os olhos e a conexão com o Divino acontece!
Sem julgamentos, sem distrações, sem máscaras… Simples essência!
Se você gostou desse tema, pode conferir também o artigo em que eu compartilho o meu despertar espiritual.
E você, já consegue meditar? Compartilha aqui embaixo dicas. Vou adorar saber.
1 comentário
O poder do silêncio, de Eckhart Tolle – Acordo Coletivo: Cidadania · Abril 16, 2023 às 12:33 pm
[…] comentei em outro artigo sobre a minha dificuldade com o […]