A resenha de hoje é sobre o livro O poder do silêncio, de Eckhart Tolle, publicado em 2016 pela editora Sextante.
Já comentei em outro artigo sobre a minha dificuldade com o silêncio.
Inicialmente eu comprei esse livro porque estava muito empenhada em aprender algumas técnicas que facilitassem o meu processo de meditação.
Logo no começo do livro eu compreendi porque o silêncio estava sendo um desafio para mim.
Silêncio e calma
Logo no primeiro capítulo “silêncio e calma”, o autor aborda a essência do livro.
O silêncio não é apenas a ausência de barulho, além disso é possível alcançar a calma interna mesmo quando estamos em ambientes ruidosos.
Por isso, o simples fato de haver silêncio externo não irá necessariamente lhe proporcionar o silêncio interno que você está procurando.
Primeiramente, o silêncio precisa vir de dentro.
O silêncio exterior ajuda, mas você não precisa dele para encontrar a calma.
Depois que eu compreendi um pouco mais sobre isso, eu comecei a me sentir mais confortável para meditar em qualquer lugar.
Logo após essa descoberta, o processo se tornou muito mais simples para mim.
Pensamentos
Em princípio, tudo começou a fazer sentido quando eu percebi que estava me identificado com os meus pensamentos.
Surpreso? Também fiquei!
Eu acreditava que eu era realmente aquilo que eu estava pensando, ou seja, esse ser pensante.
Esse foi o primeiro livro que me trouxe a clareza de que eu não sou os meus pensamentos.
Eu apenas estava me identificando com eles. Assim sendo, um bom exercício é não levar os nossos pensamentos tão a sério.
Por fim, nossos pensamentos não são aquilo que nós efetivamente somos.
Emoções
Outra atitude comum é nos identificarmos com as nossas emoções, ou seja, acreditar que eu sou uma pessoa irritada, nervosa, medrosa, etc.
Nós também não somos nossas emoções!
Despertar espiritualmente é despertar do sonho do pensamento.
Trecho do livro
Então é preciso sair dessa ilusão e despertar, isso é, deixar de se identificar com nossos pensamentos e emoções.
Essa pequena mudança lhe permite ter controle sobre sua vida.
Isso porque quando você se permite ser apenas um observador sobre tudo o que acontece, você começa a ser verdadeiramente livre.
Silêncio e ego
Outro ponto levantado pelo autor são os níveis de consciência.
Isto é, perceber que não somos a voz que fica o tempo todo remoendo na nossa cabeça, mas sim a pessoa que observa essa voz.
Quanto mais identificados com pensamentos, sofrimento, jogo de vítima e culpado, etc, maior a identificação com o ego, ou seja, com a imagem que projetamos sobre nós mesmos.
O ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa.
Trecho do livro
A infelicidade não vem dos fatos da nossa vida, mas sim de como interpretamos esses fatos.
Então, o mesmo acontecimento é interpretado de formas diferentes por cada pessoa de acordo com seu nível de consciência.
Ou seja, quanto mais aprofundado seu autoconhecimento, mais consciente você estará sobre si mesmo e menos identificado com o ego.
Sem o ego, não há problema.
Trecho do livro
O agora
O agora é tudo o que acontece, ou seja, é o momento presente. Passado e futuro não existem de fato.
Se não é possível fugir do Agora, por que não acolhê-lo e tratá-lo bem?
Trecho do livro
Uma forma de se manter no agora é através da respiração consciente.
Eu não sou os meus pensamentos, não sou minhas emoções, minhas percepções sensoriais e minhas experiências. Não sou o conteúdo da minha vida. Sou o espaço no qual todas as coisas acontecem. Eu sou a consciência. Sou Agora. Eu Sou.
Trecho do livro
Por conseguinte, cabe-nos um questionamento: quem eu sou?
Pensamentos e emoções criam rótulos nos outros, nos acontecimentos e em nós mesmo. Então, quem somos nós afinal?
É preciso ir além dos rótulos, pois nós somos essência. Nós não temos uma vida, nós somos a própria vida.
Outra forma de se conectar com o momento presente é através do contato com a natureza. A natureza nos permite sair da prisão do pensamento e nos conduz a calma interior.
Aceitação e entrega
Nesse sentido, quando deixamos de nos identificar com pensamentos e emoções, iniciamos um processo de aceitação sobre tudo o que é.
Aceitar não é mudar, nem tão pouco concordar. Aceitação é largar os controles.
Um diálogo no final do livro resume bem a sensação de aceitação e entrega:
Um diálogo:
“Aceite o que é.”
“Não posso. Eu me sinto agitado e irritado por causa disso.”
“Então aceita o que é.”
“Aceitar que estou agitado e irritado? Aceita que não consigo aceitar?”
“Isso mesmo. Aceite a sua não aceitação. Entregue-se à sua não entrega. E veja o que acontece.”
Trecho do livro
Essa parte me tocou bastante, pois ela nos convida para ir além da superfície.
É um convite para aceitar as coisas como elas são. Ou seja, sem os rótulos de certo e errado, bom e mau, direita e esquerda, claro e escuro, etc.
Quando começamos a aceitar inclusive que nós não conseguimos aceitar, entramos no estado de entrega além da superfície.
É um verdadeiro mergulhar em nós mesmos.
Já leu esse livro? Compre aqui.
Comenta aqui embaixo, vou adorar saber.
2 comentários
Fernando · Maio 7, 2023 às 12:29 pm
Pelo o resumo apresentado, esse livro parece ser incrível, vou comprar e me certificar!.
Paulo · Maio 9, 2023 às 10:59 pm
Já li “O Poder Do Agora”, e é muito bom.